Computador notebook em sala de aula

06/11/2012 18:12

 

O uso de aparatos tecnológicos em sala de aula hoje é um tema polêmico. Com advento de tablets, netbooks, notebooks e cia, estes recursos se tornaram parte do dia a dia do indivíduo do século XXI em diversas áreas de suas vidas, inclusive com fins educacionais, tornando-se assim uma importante ferramenta para o aprendizado de alguns. Na contemporaneidade tem-se, desde cedo, aprendido a utilizar estes aparatos a fim de dinamizar e facilitar muitas de nossas atividades, inclusive acadêmicas. Muitos são os universitários que tem utilizado notebooks e afins como auxílio em seu aprendizado em sala de aula, utilizando-o para fazer anotações de formas mais dinâmicas em editores de texto. É também um auxílio importante para que se possa manter registros pessoais do conteúdo aprendido de forma mais organizada (em pastas classificadas por matérias, anotações referentes à aulas específicas, semestres letivos, etc.).
É verdade também que estes aparatos podem ser uma rota de fuga dos alunos para as explicações dadas pelo professor em sala de aula e, devido a isto, alguns professores se sentem ofendidos com a sua presença, lhes é incômoda a ideia de que os alunos estão divagando por sites de relacionamento em lugar de prestarem atenção no conteúdo discorrido. Alguns chegam a proibi-los por imaginar estarem diminuindo as variáveis que geram fuga de suas aulas. Esta proibição resolve a questão do uso destes aparatos, pois os alunos se sentem ameaçados pela imposição dos professores e se não acatarem ao seu professor são considerados alunos desrespeitosos. Mas será que esta proibição de fato resolve o problema da fuga? Não acaba por prejudicar o aluno que se beneficia destes aparatos para potencializar seu aprendizado? Seria uma atitude mais positiva do docente a de buscar tornar suas aulas mais interessantes para prender a atenção do aluno, em lugar de tentar utilizar-se deste controle aversivo? Não seriam os alunos livres para escolher se lhes é positivo ou não utilizar-se destes recursos em sala de aula? 
Àqueles professores que pensam que a proibição destes aparatos em sala de aula solucionará a questão da desatenção, podem estar apelando para o meio errado. Se a fuga de sua aula não ocorrer através da utilização prejudicial estes aparatos, poderá ocorrer de igual forma quando o aluno decide ficar conversando com o colega, pode jogar forca ou jogo da velha em seu próprio caderno ou outras formas que, além de prejudicar a si mesmo, prejudicam os outros. É-me curioso ver que geralmente os professores que buscam utilizar-se desta proibição, são os mesmos que os alunos reclamam de sua didática e de não se sentirem interessados em suas explanações. Muito possivelmente alguns alunos utilizam aparatos, que poderiam ser positivos, como um meio de fuga exatamente porque a aula está desinteressante da mesma forma em que outros decidem dormir, desenhar em seus cadernos, etc.
A coação por parte dos professores ao uso destes aparatos não é o caminho para que o aluno tenha maior aproveitamento da matéria e sim a adaptação da didática. A proibição pode ser vista como a incapacidade do docente de fazer as adaptações necessárias e seu apelo à uma forma não eficaz de tentar solucionar o problema da desatenção.
JS Fernandes